A produção de alimentos é uma ação muito nobre. Tanto os voltados aos seres humanos quanto aqueles fabricados para animais. E para ambos, há um manual que visa obter o melhor resultado final possível das fábricas: o manual BPF (Boas Práticas de Fabricação). Dessa forma, no texto de hoje, vamos falar sobre as boas práticas de fabricação de ração animal.
A alta demanda por rações para animais tem induzido a expansão das fábricas de rações existentes e a construção de novas em todo o país. Então, para entrar nesse ramo, além de aprimorar processos e entregar produtos de qualidade, as indústrias devem garantir a segurança dos mesmos.
Para estar alinhado com as exigências do mercado, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), órgão regulador dessa operação, adota a legislação vigente. Ou seja, aplica as boas práticas de fabricação nos locais de produção de ração animal. Sendo assim, cremos que a segurança alimentar é um dos grandes desafios atuais.
As Boas Práticas de Fabricação da ração animal
Elas se tratam de cuidados e medidas que devem ser tomados na hora da fabricação dos produtos. Elas garantem aos clientes, tanto humanos quanto animais, que o produto foi verificado e aprovado pelo órgão que regulamenta a sua produção.
A ANVISA é responsável por regulamentar a produção de alimentos humanos. Enquanto isso, o MAPA é o órgão responsável pelos alimentos para animais.
Vale lembrar que todo local que fabrica, fraciona, importa, exporta e comercializa rações, suplementos, premix, núcleos, alimentos para pets, ingredientes e aditivos para animais, precisa ser registrado no MAPA. Desse modo, pode-se garantir mais confiança às indústrias, com mais controle do que é produzido.
O conjunto de medidas de boas práticas é:
- Higiene e saúde dos colaboradores;
- Higienização e limpeza das instalações, equipamentos e utensílios;
- Água potável;
- Manutenção e calibração das máquinas;
- Manejo de resíduos;
- Avaliação de fornecedores e controle da entrega de matéria-prima;
- Controle de pragas.
As Boas Práticas de Fabricação e a lei
As boas práticas têm apoio na lei de duas formas distintas: legislação geral e específica.
A lei geral reúne requisitos padrão para as indústrias. De modo que todas aquelas ligadas ao ramo alimentício devem segui-los. Por outro lado, as leis específicas dizem respeito a certos produtos.
Então, entenda mais sobre a legislação geral:
Legislação geral
De acordo com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), essas são as referências a serem seguidas de forma geral pelas indústrias alimentícias:
RDC nº 275/2002
Essa resolução foi feita com o propósito de atualizar a legislação geral. Assim, introduz o controle contínuo das BPF e os procedimentos operacionais padrão. Além disso, promove a harmonização das ações de inspeção sanitária por meio de instrumento genérico de verificação das BPF. Portanto, é ato normativo complementar à Portaria SVS/MS nº 326/97.
Portaria SVS/MS nº 326, de 30 de julho de 1997
Baseada no Código Internacional Recomendado de Práticas: Princípios Gerais de Higiene dos Alimentos CAC/VOL. A, Ed. 2 (1985), do Codex Alimentarius, e harmonizada no Mercosul, essa Portaria fala dos requisitos gerais sobre as condições higiênico-sanitárias e de Boas Práticas de Fabricação (BPF) para locais produtores de alimentos.
Portaria MS nº 1.428, de 26 de novembro de 1993
Precursora na norma desse tema, essa portaria dispõe, entre outras matérias, sobre as regras para o local e de Boas Práticas de Produção e Prestação de Serviços na área de alimentos.
Por onde começar a implantação das boas práticas de fabricação de ração animal?
O ideal, é começar organizando o que está bagunçado. Sendo assim, resolvendo os pequenos detalhes, a produção de ração se torna mais sólida.
Dessa forma, recomenda-se montar um time de controle de qualidade com pessoas que já conhecem a empresa.
Ou seja, o ideal é recrutar aquelas que demonstram dever com o crescimento da fábrica, senso de organização e disciplina.
Através dessas pessoas, facilita-se a implementação das boas práticas de fabricação de ração animal. É fundamental que essa equipe seja treinada. Desse modo, ela terá mais capacidade técnica para colocar em prática todo o trabalho necessário.
Além disso, também, vale a pena estipular um supervisor para a equipe. Ou seja, alguém que conheça bem o processo e a área de qualidade, e que tenha cunhos como:
- Boa comunicação;
- Experiência;
- Disponibilidade.
No caso das empresas de pequeno porte, duas ou três pessoas já são o suficiente. Porém, empresas maiores devem ter mais profissionais no time.
O 5S e sua importância
Trata-se de um método que permite o desenvolvimento de um planejamento sistemático. Além disso, ele garante mais produtividade, segurança e um clima melhor na empresa. O que leva a uma motivação maior de todos.
Assim, depois de ter montado uma equipe, o 5S servirá como base para a implementação das boas práticas de fabricação de ração animal.
Dessa forma, vale lembrar que o nome do método tem origem na inicial de 5 palavras japonesas:
- Seiri (Utilização);
- Seiton (arrumação);
- Seiso (limpeza);
- Shitsuke (Disciplina);
- Seiketsu (Higiene).
Desse modo, é possível mobilizar, motivar e conscientizar toda a empresa para a maior qualidade possível. Tudo isso, por meio de muita organização e disciplina.
Os principais ganhos do 5S, de acordo com o engenheiro de alimentos, Rafael Resende, são:
- Maior produtividade pela redução da perda de tempo procurando por objetos. Só ficam no local os itens precisos e ao alcance da mão;
- Redução de despesas e melhor uso de materiais. A acumulação excessiva de materiais estimula a desorganização;
- Melhoria da qualidade de produtos e serviços;
- Redução de acidentes do trabalho;
- Maior satisfação das pessoas com as suas funções.
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